Substâncias que inibem desenvolvimento de tumores


"As bactérias foram coletadas da rizosfera, que é a fração do solo que sofre influência de exsudados radiculares, que são compostos orgânicos liberados pelas raízes das plantas e servem de alimento para micro-organismos. No estudo, os compostos têm origem na gramínea Deschampsia antarctica", relata Leonardo José da Silva, da Esalq, . "A avaliação de atividade antitumoral foi realizada em parceria com o Departamento de Farmácia da Universidade de Campinas (Unicamp), por meio da plataforma para triagem de compostos antitumorais."
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A pesquisa identificou diversas linhagens de bactérias com baixa similaridade em relação a espécies já conhecidas e realizou a descrição de uma nova espécie, que recebeu o nome de Rhodococcus psychrotolerans. "A nova espécie pertence ao gênero Rhodococcus, grupo que possui potencial para aplicação em processos de biorremediação, que é o processo utilizado para recuperar um ambiente contaminado, desde que se utilize um ser vivo como agente ativo", destaca o pesquisador. "Bactérias do gênero Rhodococcus são conhecidas por habitarem ambientes com elevados índices de contaminantes, além de apresentarem metabolismo altamente versátil à degradação de compostos químicos", conta ao Jornal da USP.
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Ao todo 11 gêneros de bactérias foram recuperados em laboratório em culturas puras. Os pesquisadores também caracterizaram os compostos actinomicina V e cinerubina B, produzidos pelas bactérias, como agentes responsáveis por inibir o desenvolvimento de tumores de mama, pulmão, rim e glioblastoma.
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O estudo é descrito no artigo "Actinobacteria from Antarctica as a source for anticancer Discovery", publicado em 17 de agosto no site da revista científica Nature Scientific Reports.
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Matéria completa: https://jornal.usp.br/ciencias/solo-da-antartida-contem-potenciais-aliados-no-combate-ao-cancer/#:~:text=%E2%80%9CAs%20bact%C3%A9rias%20foram%20coletadas%20da,Deschampsia%20antarctica%E2%80%9D%2C%20relata%20Leonardo